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Exposição As ficções da matéria

RealMix: As ficções da matéria ,, reúne destacadas artistas e coletivos de mulheres cujas obras propõem novas formas de perceber, habitar e transformar o digital por meio de tecnologias imersivas, interativas, linguagens experimentais e universos simbólicos.

Esta mostra se apresenta como um espaço de exploração de realidades e ficções estendidas, onde o corpo, o encarnado, o som, a memória, o ancestral e a narrativa especulativa se entrelaçam com ferramentas digitais contemporâneas, abrindo caminho para experiências sensoriais transformadoras que convidam a repensar nossas relações com as tecnologias e seus trânsitos, propondo linguagens sensíveis e críticas a partir do digital e do imersivo como ferramentas de criação expandida.

RealMix: As ficções da matéria reúne obras exibidas pela primeira vez na Colômbia, que operam a partir da hibridização cultural, do imaterial e dos futuros especulativos para ativar experiências imersivas, sensoriais e narrativas.

*Esta exposição é realizada em aliança com o Museu de Arte Miguel Urrutia (MAMU) do Banco de la República.

Keiken

Keiken é um coletivo de artistas cofundado por Tanya Cruz, Hana Omori e Isabel Ramos em 2015, com sede entre Londres e Berlim. Sua prática gira em torno da criação de futuros especulativos, nos quais simulam e exploram novas estruturas e formas de existência. Por meio de experiências imersivas e narrativas tecnológicas, o coletivo investiga a natureza e o futuro da consciência em múltiplos formatos.

Foram vencedores do Chanel Next Prize e atualmente realizam residência na Somerset House (Londres). Sua obra mais recente, Spirit Systems of Soft Knowing ༊·˚, foi comissionada in situ pelo Amos Rex, em Helsinque (2024). Participaram de exposições em instituições de destaque como o Museu de Arte Contemporânea do Século XXI em Kanazawa, o KANAL–Centre Pompidou em Bruxelas, a Bienal de Helsinque, o CO Berlim, a Wellcome Collection em Londres, o ARKO Art Centre em Seul, a Julia Stoschek Collection em Düsseldorf, o Onassis em Atenas e a Photographers’ Gallery em Londres. Também integraram eventos como a 2ª Bienal da Tailândia (Korat), a House of Electronic Arts HEK em Basileia, o Francisco Carolinum em Linz e a 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza.


The Life Game, 2021 

The Life Game (2021) é uma série de filmes interativos. 

O filme acompanha ME, um protagonista que se encontra perdido, sozinho e cercado por tecnologias ensimesmadas. A série revela sua turbulenta relação com seu gêmeo digital MI, enquanto ambos mergulham profundamente em um Metaverso sem limites. ME se metamorfoseia tanto no desconhecido quanto no esquecido.

Os jogadores são convidados a interagir com um iPad, que funciona como controlador. Cada episódio apresenta um elemento interativo distinto, combinando sistemas de recompensa dentro do filme de maneira semelhante à experiência de jogar um videogame ou transmitir no Twitch.

The Life Game explora o potencial do cinema gamificado, particularmente em relação à tecnologia blockchain e à forma como consumimos ativos digitais. A série investiga diferentes tecnologias que poderiam existir no metaverso, capazes tanto de obstaculizar quanto de emancipar as pessoas em suas constantes jornadas de autodescoberta.

Vica Pacheco

Ana Victoria, conhecida como Vica Pacheco (Oaxaca, 1993), vive e trabalha em Bruxelas. Estudou Arte em La Esmeralda (Cidade do México) e se graduou na Villa Arson (França) em 2017. Sua prática é eclética e energética, atravessada pela mestiçagem mitológica e sincretismo, caracterizando-se pela combinação de elementos heterogêneos para criar performances sonoras e instalações. Embora sua obra esteja fortemente ligada à música e à arte sonora, também explora meios como cerâmica e animação 3D.

Realizou apresentações com seus próprios instrumentos em diversos festivais internacionais, galerias e instituições como PEANA (apresentado pela Public Gallery na edição 2024 do Condo em Londres); Sólida, em Oaxaca; Festival Gaudeamus, em Utrecht; Galerie Nordenhake, na Cidade do México; Hacer Noche, em Oaxaca; e Amare, em Haia. Participou de residências como iii (Instruments Inventors Initiative), em Haia, e EKWC, em Oisterwijk, ambas nos Países Baixos.


Alambique 

Uma breve animação que se desdobra como uma maquinaria em movimento constante, situada entre o orgânico e o artificial. As formas se interconectam, circulam e se transformam em um processo interminável, como se destilassem algo incerto, porém vital. 

A trilha sonora reúne algumas composições inéditas – fragmentos abertos que ressoam com a mesma atmosfera fluida e mutável das imagens.

Josèfa Ntjam

Josefa Ntjam (França, 1992) é uma artista visual, performer e escritora franco-camaronesa. Sua prática atravessa escultura, instalação, vídeo, som, performance e escrita, articulando uma linguagem poético-política onde convergem mitologia africana, ficção científica, biologia e arquivo histórico. Formada em Bourges, Paris-Cergy e na École Supérieure d’Arts et des Cultures (ISAC) de Dakar, sua obra explora a hibridez e a insurreição simbólica como formas de reescrita e resistência.

Apresentou seu trabalho em instituições-chave como Palais de Tokyo e Centre Pompidou em Paris, Barbican Centre em Londres, Stedelijk Museum em Amsterdã, WIELS em Bruxelas, MUCEM em Marselha, Fondation Pernod Ricard e Africamuseum em Tervuren. Participou da Bienal de Lyon e da Bienal de Veneza 2024, onde apresentou swell of spæc(i)es, comissionada pela LAS Art Foundation. Entre suas exposições individuais recentes destacam-se Futuristic Ancestry no Fotografiska (Nova York, 2024) e matter gone wild na Fondation Pernod Ricard (Paris, 2023).


Mélas de Saturne

Mélas de Saturne é uma instalação imersiva em vídeo que explora a melancolia como força geradora, a partir de sua raiz etimológica grega melankholía - a bile negra -, para abrir um território especulativo entre o abismo e a darknet. Nesta obra, uma entidade fictícia chamada Persona empreende uma jornada iniciática em direção às suas origens algorítmicas, em busca de uma comunidade meta-humana situada no nordeste dos Camarões. Combinando narrativas mitológicas, cosmológicas e científicas, Josefa Ntjam constrói um ecossistema simbólico e estético que interroga as estruturas hegemônicas do conhecimento ocidental. Por meio de uma prática que mistura escultura, vídeo, som e escrita poética, a obra propõe um contra-relato onde o líquido, o escuro e o mestiço se tornam motores de resistência e reconfiguração identitária.

*Esta instalação será acompanhada pelos vídeos Marthe, matter gone wild e And it's not tragic.

And its not tragic : Josèfa Ntjam, and it's not tragic, 2023, 7’00min, video HD. © ADAGP, Paris, 2023 Courtesy de l'artiste Marthe : Josèfa Ntjam, Marthe, matter gone wild, 2023, 5’43min, Vidéo HD. Written and directed by Josèfa Ntjam, in collaboration with Sean Hart and Nicolas Pirus. Co-produced by Aquatic Invasion Production, Fonds [SCAN], Fondation Pernod - Ricard. © ADAGP, Paris, 2023 Melas de saturne: Josèfa Ntjam co-produced with Sean Hart © ADAGP, Paris 2024. Courtesy of artist