O Video Pulso busca explorar formas audiovisuais alternativas de interação entre artistas e público, aproximando a arte ao nível da rua e da calçada, proporcionando uma experiência mais íntima e participativa, em vez de exibir obras em uma escala monumental e distante. As propostas artísticas que fazem parte do festival envolvem o público de maneira ativa, convidando-o a interagir com instalações de arte eletrônica e digital que ocupam o espaço público da cidade. Essas instalações podem se manifestar de diversas formas, desde projeções em pequena escala em pontos específicos até obras que exploram tecnologias audiovisuais ou imersivas como realidade aumentada, realidade virtual ou realidades mistas.
Os transeuntes tornam-se parte integrante da obra, podendo interagir, responder e até mesmo influenciar as instalações em tempo real. Essa abordagem cria uma experiência imersiva e interativa, desafiando as fronteiras tradicionais entre espectador e obra audiovisual ou imersiva.
Nesta versão do metaverso, as obras exibidas durante o festival são transportadas para uma versão digital, de forma que possam ser navegadas em uma réplica do espaço público em que foram apresentadas presencialmente.
*O festival Video pulso é realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), por meio do edital BH nas Telas da Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura de Belo Horizonte e Governo Federal.


Aline Xavier
Em seus projetos de arte e pesquisa, Aline Xavier explora as relações entre natureza, cultura e território, articulando também dimensões sociais e políticas do nosso tempo. Seu trabalho foi exibido em instituições brasileiras como Inhotim, Museu da Pampulha, Centro Cultural São Paulo (CCSP) e MAR - Museu de Arte do Rio, assim como em mostras internacionais no Museum in Kleihues-Bau, Zeitz MOCAA, Kunsthalle Kade, entre outros. Participou de residências artísticas como Akademie Schloss Solitude, Cité internationale des arts e Berlinale Talents. Estudou Arte Contemporânea: Curadoria e Crítica (PUC-MG) e é licenciada em Comunicação Social - Rádio, TV e Cinema pela UFMG.
Em se plantando, tudo dá
O Brasil é considerado o país mais biodiverso do mundo, com cerca de 41.000 espécies de plantas conhecidas, seis grandes biomas e alta taxa de endemismo, ou seja, espécies que só existem ali. Esta obra foca em frutas brasileiras extintas ou em risco de desaparecer, como bacupari, bapeba, pera do cerrado, abiu roxo e palmito-juçara. Leva ao espaço público vídeos dos frutos identificados no primeiro Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013). Em tempos de desmatamento, expansão agrícola, mudança climática e negligência política, a obra nos lembra: “cuidado com o que se planta no mundo”.


Artur Souza
Artur Souza, também conhecido por tttttuto, é videoartista, designer e arquiteto. Sua prática investiga o audiovisual em performances e manipulações ao vivo que expandem os limites entre digital e analógico, explorando sinais modulares, cores, ruídos e texturas. Participa de projetos que vão desde instalações imersivas até visuais para palcos, fundindo arte e tecnologia. Suas pesquisas abordam narrativas contemporâneas relacionadas à arquitetura, memória, cultura e espaço urbano. Vive e trabalha em Belo Horizonte, colaborando com artistas e coletivos como polvo.studio e JACA - Centro de Arte e Tecnologia.
Não existe linguagem sem engano
“Não existe linguagem sem engano” é a frase final de Ítalo Calvino no capítulo “As cidades e os símbolos”, do livro As cidades invisíveis. Nesta vídeo-instalação, o artista parte dessa frase para refletir sobre os símbolos comuns da cidade e suas contradições. Alterações sutis na forma transformam o sentido - por erro, ou não.


Eder Santos
Mineiro, nascido em Belo Horizonte, é videoartista, cineasta, roteirista e designer gráfico. Foi um dos pioneiros da arte multimídia no Brasil e é reconhecido mundialmente por desenvolver projetos híbridos que misturam artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novos meios. Tem obras nas coleções permanentes do MoMA (Nova York) e do Centre Georges Pompidou (Paris) e sua participação em bienais e festivais no Brasil e exterior é extensa. Entre suas obras destacam-se os premiados Janaúba (1993), a instalação Call Waiting (2006), vídeos como Tunitinhas (1998), Eu Não Vou à África Porque Tem Plantão (1990) e Mentiras & Humilhações (1988). Além de criar exposições, videoinstalações e videoperformances, Eder Santos tem carreira premiada como diretor de cinema, tendo dirigido curtas, séries de TV e os longas Enredando Pessoas (1995), Deserto Azul (2014) e Girassol Vermelho (2025). Suas obras tratam de temas existencialistas, religiosidade mística, crítica social e memória.
Call Waiting
A obra CALL WAITING propõe uma reflexão sobre a experiência com imagens, espaços e sentidos. O trabalho consiste na projeção de aves voando dentro de gaiolas reais, distribuídas pelo espaço expositivo, subvertendo a ideia da tela de projeção e propondo uma forma de expressão/projeção em um objeto tridimensional, a gaiola.


Lucas Bambozzi
Lucas Bambozzi é artista multimídia, com trabalhos exibidos em mais de 40 países. Foi um dos iniciadores do festival arte.mov e curador de projetos como Labmovel, Multitude, Visualismo, AVXLab e MOLA. Tem um MPhil pela University of Plymouth, Reino Unido, e doutorado em Ciências pela FAUUSP. É professor do curso de Artes Visuais na FAAP, onde também coordena a pós-graduação em Artes Digitais: Linguagens da Arte Contemporânea.
INCERTEZA ARTIFICIAL (versão VENDO OURO)
INCERTIDUMBRE ARTIFICIAL (versão VENDO OURO) é uma obra de realidade aumentada que questiona os métodos e técnicas pelos quais sistemas automatizados categorizam seres, paisagens e objetos ao nosso redor. A versão VENDO OURO, apresentada no Vídeo Pulso, parte da reconstituição da figura do “homem-anúncio” ou “homem-sanduíche” (comumente associado a anúncios de compra de ouro nos centros de São Paulo ou Belo Horizonte), na qual o cartaz/vestimenta é substituído por duas telas LCD que mostram as possibilidades de identificação dos objetos vistas por uma câmera acoplada ao corpo do portador do sistema. Quando se trata de algoritmos, as coisas nem sempre parecem o que são. A obra questiona a capacidade das máquinas de identificar seres ou objetos. Diante da falta de certezas sobre os referentes, ou dependendo das ideologias inseridas nas bases de dados, os sistemas geram dúvidas sobre a configuração do mundo que nos rodeia. O processo de escrutínio da realidade através das “máquinas de ver” converte-se em um jogo de acertos e erros.


Thainá Carvalho
Thainá Carvalho é uma artista multimídia focada em dança e tecnologia. Suas pesquisas exploram percepções, poéticas e potencialidades de aparelhos técnicos, atravessando linguagens como vídeodança, instalações interativas e performances híbridas. É doutoranda em Poéticas Tecnológicas na Escola de Belas Artes da UFMG, onde desenvolve pesquisa em arte computacional.
Desvios Coreográficos, 2024
Desvios Coreográficos é uma instalação-performance interativa que ocupa o chão de espaços públicos com projeções de bolhas numeradas. Cada bolha aparece, flutua e desaparece seguindo tempos e trajetórias aleatórias, orientando uma dança que começa com a artista e se estende ao público. O espaço urbano torna-se um campo coreográfico, onde a lógica do trânsito é suspensa por meio de novos fluxos, transformando a cidade em uma superfície sensível à presença e ao desvio.